domingo, 21 de novembro de 2010

Cap. 4

4# Linguiça preta & maritacas na cabeça

De Santa Cruz à Cochabamba fizemos a transição para as terras altas da Bolívia, ou seja subida de serra.

Qual foi a nossa surpresa quando entra uma chola (índia) no busão com uma maritaca na cabeça, e uns 10 pintinhos em uma caixa. Lentamente ela se acomoda (e a maritaca se equilibrando na cabeça da véia) e coloca todos os pintinhos em cima da saia, e começa a jogar quirera pra eles ali mesmo, no colo dela.

Um caminho lindo, marcado por coisas psicodélicas como porcos azuis gigantes. Talvez fosse algum produto veterinário, ou não. Prefiro pensar que era, afinal não era obra da minha mente ociosa. Meu amigo Debbie pode confirmar cada palavra do meu discurso.

Os ortopedistas bolivianos indicam a melhor postura para sua coluna em uma viajem desgastante,
a posição está muito bem representada por essa cholita aqui da foto.


O pé sujo desconhecido com dedão enorme em cima da sua barriga é uma variavel da posição ortodoxa, e não altera muito o relaxamento postural, é mais um opcional mesmo.

Adormeci, mas não nessa posição. Fui acordado abruptamente por Debbie, que com um sorriso no rosto me avisou de uma suposta barata que passeava em mim enquanto eu dormia. Quão alegre fiquei quando localizei não uma, mas várias baratas, que faziam a festa por toda parte.

Um outro flagra nesse busão foi a menina com a boneca, foto de Debbie Duarte.


Um artista sem dúvidas.

No caminho comemos em um restaurante beira de estrada boliviano. Definitivamente, depois desse dia meu estômago aceita qualquer iguaria. Estávamos derretendo de fome, e pra comer tinha empapado de arroz, e linguiça preta surpresa (surpresa porque você nunca adivinha a hora da caganeira).

Chegamos bem em cochabamba, e já não fazia frio como antes.

Então caminhamos da rodoviária até o hostel Jardim (adivinha o porque do nome dããn).

Nos arrumamos e saímos pra jantar e festejar, que é assunto para o capítulo de amanhã hehe.
continua..


   Momento cultural:

Com a eleição de Evo Morales, índio e cocaleiro (produtor da folha de coca), resgataram se costumes, e se declarar Aymará tornou-se um orgulho para os kollas (bolivianos das terras altas).
Atualmente 6 em cada 10 bolivianos se declaram indígenas.


Os padrões humanos para definição de beleza são culturais, geográficos e temporais.
Sendo assim as cholas por eles consideradas como mais bonitas necessariamente devem apresentar estatura baixa, cabelos negros com tranças longas, uns quilinhos à mais e vestirem saias compridas e aventais.
Aqui tem um exemplo de chola :


Pode-se perceber a diferença étinica entre as tribos indígenas, através das vestimentas, por exemplo no comprimento das saias, no formato do chapéu, e na disposição das tranças.

Na bolívia predominam os Aymarás, os Guaranis e os povos de Tiwanaco.

2 comentários:

  1. e eu que achava que seu estomago acietava qualquer coisa.. imagina como era linguiça surpesa de lá hahahahaha

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  2. Agora esse porco jurpordeus, é um mistério na minha vida..

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Para pensar

"..Enquanto uns reclamam dos ventos, outros ajustam as velas..."