segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Cap. 5

5# Yacht & Jallalla

Olá amiguinhos, hoje gostaria de abusar da interatividade, ou seja quero participação certo?
Se você fosse dono(a) do melhor restaurante de Cochabamba/ Bolívia, e dois maltrapilhos adentrassem seus estabelecimentos, você:

a) envenenaria a comida, dado o risco de calote.
b) atenderia com a pulga atrás da orelha, e o dedo na sopa.
c) seria indiferente afinal podem ser dois chefes gourmet disfarçados, ou quem sabe magnatas excêntricos com joguinhos sociais.
d) porque raios eu teria um restaurante na Bolívia?

Bom, procuro acreditar que foi só o dedo que eles colocaram na sopa.
Precisavam ver a cara de alívio coletiva quando pagamos a conta. O pessoal da mesa do lado quase aplaudiu.

Como existe câmbio entre as moedas, compra-se com 1 real algo em torno de 4 pesos bolivianos.
O que nos deixava muito felizes, e permitia algumas extravagâncias. A conta no restaurante caríssimo ficou em torno de 15 singelos reais cada.

Minha vingança foi discreta. Deixei uma lembrancinha no toalet. Foi a hora em que a linguiça surpresa entrou em açao, lembram?

Fomos ao bar com Zuzana, a tcheca, e nos divertimos horrores.


Lá nos ensinaram o Yacht, um jogo de dados que necessita de dados (ah vá!), um balde de bebida qualquer e muita disposição pra ganhá-lo.
É divertidíssimo, um poker sem as cartas. Encontrei um site que descreve (porcamente) as regras:
Yacht, Yatzi ou Yam
http://www.ludomania.com.br/Improvis/yatzi.html

Capotamos esse dia, em especial Debbie e Zuzana (humm).

Na manha seguinte, com a cabeça pesando saímos para fazer um pouco do bom e velho turismo. Passeio muito bom, que envolveu um city tour de taxi, compras de folha de coca direto do distribuidor local, uma visita ao museu arqueológico e faixada da casa Patinõ.


A casa Patinõ é um sonho de infância meu, que ainda não foi realizado por motivos de manutenção no dia da nossa visita. Trata-se da mansão de luxo de Simón Patinõ, que influenciou Walt Disney, aquele dos parques, à criar o personagem emblemático e sovina, Tio Patinhas. 


Cochabamba conta com uma cópia do nosso cristo redentor, inclusive o teleférico que chega até ele. 
Eles ficam pomposos ao dizer que o cristo deles é maior do que o carioca, e não estão errados. O nosso 33 metros, um metro pra cada ano de vida. O deles 33 metros e un poquito. Eles alegam que o messias tenha vivido 33 e uns quebrados. 


Aqui vai a explicação do nome desta saga.
Como disse antes, são todos indígenas, e saber hablar umas palavrinhas, poderia significar algumas vantajens.
A única palavra que conseguimos apreder foi essa,  jallalla (ralhalha).
É uma palavra muito importante para os povos indígenas, dizemos jallalla quando queremos celebrar algo.
Ela possui um significado mágico e poderoso.



(Ahora Chile necesita de La Paz... 
¡Jallalla Bolivia!)

Conseguimos coisas mais valiosas do que simples descontos. Cada vez que ensaiávamos essa palavra, arrancávamos sorrisos verdadeiros, de um povo sofrido, que não são muito diferente do nosso povo brasileiro. Era como se tocassemos no íntimo, pois estavamos reconhecendo o valor daquela cultura, motivo de tanto orgulho daquele povo ufanista.


Nossa viajem continua, destino La Paz.

4 comentários:

  1. Porque raios eu teria um restaurante na bolivia?! uhahuahu pra receber mochileiros malucos... huauhauhuah que ao menos pagaram a conta certo?! tah massa o blog!!! ;) XO

    ResponderExcluir
  2. Cogitei primeiramente em responder a questão D ... Mas é fato .. em qualquer lugar do mundo as pessoas precisam se alimentar neh ... hauhreuahur.... Intão digo que é a B , ter um restaurante na Bolivia onde tem gde fluxo de Mochileiros , que geralmente não viajam esbanjando grana neh..!Intão melhor servir kom a pulga atrás da orelha e com o dedo na sopa( que poderia ser substituida por "gatilho") Se não pagar...morre!

    ResponderExcluir
  3. depois de ler os 4 capítulos anteriores eu responderia
    PORQUE RAIOS EU TERIA UM RESTAURANTE NA BOLÍVIA ???????????????

    ResponderExcluir
  4. "olá amiguinho",a qualidade do texto é excelente, mas tenho uma reclamação a fazer: o Debby não se manifestará? Onde está o ponto de vista (provavelmente engraçadíssimo) dele?? No mais, muito bacana o blog !!

    ResponderExcluir

Para pensar

"..Enquanto uns reclamam dos ventos, outros ajustam as velas..."