segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Cap. 12

12# Mosquititos & parrillada 

Último dia em La Paz, antes de pegar o ônibus, ainda transpirando hedonismo fomos comer no El Arrieroparrillada argentina. em busca da típica

Muito expansivos puxamos assunto com o garçon dizendo que eramos brasileiros. mas ele não ficou nada feliz, pelo contrário, seu semblante mudou automáticamente. Não prevíamos que ele levava tão à sério a rivalidade futebolistica Brasil x Argentina.
À partir daí ficou complicado interagir com ele.

Feito o pedido servimos um pouquinho do que estava disponível no Buffet.

Como temos um humor picante, resolvemos brincar com ele, pra ver se alegrava um pouquinho (rsrs).
A Argentina tinha acabado de ser eliminada da copa do mundo, tomando de 4x0 da Alemanha.
Resolvemos relembrar o fato através de vegetais no prato, uma composição artística sem igual, repare no detalhe das cores e do relevo.


                                                         (arte em vinagrete)

(arte em cenoura picadinha)


Assim que o nosso amigo viu a incitação, foi tomado de um rubor e ficou igual o Leôncio do pica-pau. Percebemos quando ele titubeou em voltar nossa refeição pra bandeija. Tarde demais, a comida já estava na mesa.

Então ele teve um lapso, e fez-se notar seu sorriso sádico.
Incorporado por toda audácia presente desde os pampas até a patagônia, pronunciou uma frase que gelou-me a espinha:
_ Voy sacarle el jugo. (vou buscar o suco)
 
Estava apelando. O animal quando se sente ameaçado ataca. No caso, o animal iria fazer sabe lá o que com nosso suco. 
Por minutos a fio esfriamos a comida pensando no que seria de nós, qual o futuro do pobre suco de maracujá.

Minutos depois ali estava ele. Triunfal, carregando a jarra como se fosse Maradona na copa do mundo de 86.
O suco borbulhava. Era nefasto.

Tive uma idéia. Abri um sorriso e ofereci o copo pra ele dar o primeiro gole. Uma vez tinha visto num filme. O mocinho oferece o liquido pro seu algoz, demonstrando cordialidade, mas no fundo sabendo se tratar de poderoso veneno.

E a situação se inverte.

Ele engole seco, corre com os olhos como quem quer fugir.

E então nos surpreende. Retruca dizendo que não bebe porque tem mosquititos voando perto do copo.
Ambiente fechado, inverno seco. Definitivamente não tinha nenhum mosquitio por ali.

Sem mais palavras. Levou o suco embora. Não trouxe outro, mas também não cobrou.

A parrillada estáva suculenta, recomendo. Uma injeção de proteína direto na veia.

Saímos vivos e empanturrados do restaurante.

Chamei o táxi. Pra variar era um tipo esquizofrênico.
Esse gostava de musica. Me fez cantar Roberto Carlos com ele até a rodoviária.
Cantamos vários sucessos. Mas o auge, com direito a bis, foi o dueto da música Amigo (Roberto e Erasmo) interpretado por nós em portunhol.

Marcos perdeu um rim de tanto rir. Chegamos na rodoviária, tomamos o ônibus.
Destino? Copacabana...






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Para pensar

"..Enquanto uns reclamam dos ventos, outros ajustam as velas..."